Estiagem é considerada uma das mais rigorosas já verificadas em todos os tempos e acontece em meio à safra do camarão rosa

A gravíssima estiagem que assola o Rio Grande do Sul nos últimos meses já trouxe consequências drásticas para a produção agrícola e o abastecimento de água da população. Uma outra face da seca, igualmente dura, começa a transformar o cenário de um dos mais belos cartões postais dos gaúchos: o Parque Nacional da Lagoa do Peixe. A Unidade de Conservação está localizada no Litoral Sul do Estado, abrangendo os municípios de Tavares e Mostardas. Conforme relatos e imagens de pescadores e técnicos que atuam na região, a Lagoa do Peixe está praticamente seca.

As informações foram encaminhadas ao deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), que prontamente encaminhou o alerta aos órgãos de governo. Segundo o parlamentar, o esvaziamento da lagoa ocorre justamente no meio da safra do camarão rosa, principal produto que sustenta de forma direta 201 pescadores artesanais, sendo 47 de Mostardas e 154 de Tavares. “Os impactos econômicos e sociais são drásticos, uma vez que a renda anual dessas famílias depende exclusivamente da pesca artesanal. Também temos os reflexos ambientais muito sérios. A mortandade de peixes pode trazer um grave desequilíbrio à biodiversidade, já que as aves migratórias se dependem desse ecossistema”, alertou Jerônimo.

O parlamentar acredita que o problema precisa de ser enfrentando de forma multidisciplinar, com a participação de diferentes áreas do governo. O laudo técnico repassado ao gabinete do deputado Jerônimo Goergen está sendo encaminhado aos ministérios da Agricultura, Cidadania e Desenvolvimento Regional, e também ao presidente do ICMBio, Marcos de Castro Simanovic. “Temos algumas ações emergenciais de cunho social, no que diz respeito à perda de renda dos pescadores, e os aspectos ambientais e econômicos que envolvem essa questão”, finalizou Jerônimo.