Hospitais defendem aprovação de PL 744/2015, que cria o Programa de Financiamento Preferencial às Instituições Filantrópicas e Sem Fins Lucrativos

santas casas Representantes de Santas Casas de Misericórdia de todo o Brasil foram recebidos nesta terça-feira (7) pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros. No encontro, intermediado pelo deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), os dirigentes das instituições fizeram um relato da grave crise enfrentada pelo setor. Os hospitais acumulam dívidas de R$ 21 bilhões, sendo que R$ 13 bilhões foram contraídas com o sistema financeiro. Desse total, R$ 9 bilhões dizem respeito a contratações junto à Caixa Econômica Federal (CEF).

O diretor geral e de relações institucionais da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Júlio Flávio Dornelles de Matos, pediu o apoio do governo federal ao Projeto de Lei 744/2015, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), hoje ministro das Relações Exteriores. A proposta Cria o Programa de Financiamento Preferencial às Instituições Filantrópicas e Sem Fins Lucrativos (PRO-SANTAS CASAS), para atender instituições filantrópicas e sem fins lucrativos que participam de forma complementar do Sistema Único de Saúde. “As Santas Casas trabalham com um elevado déficit e precisam de fôlego financeiro para continuar prestando o atendimento à população”, destacou o deputado Jerônimo Goergen.

O ministro da Saúde recebeu os pleitos do setor e disse que vai apoiar as medidas que representem a recuperação financeira e a melhoria da gestão das instituições. O PRO-SANTAS CASAS prevê a renegociação dos débitos junto ao BNDES e no âmbito de todas as instituições financeiras oficiais federais, sem intermediações.

Gestão

santaas casas 2 A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e o Grupo Hospitalar Conceição são, notadamente, as maiores referências de atendimento da rede assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS). Em relação ao Conceição, o grande desafio passa pela qualificação de sua gestão administrativa. O grupo conta com 9.700 funcionários e consome um orçamento anual de R$ 1,4 bilhão, sendo que R$ 1 bilhão é utilizado apenas no pagamento da folha salarial. Os R$ 400 milhões restantes são utilizados para custeio e investimento. “São valores absolutamente insuficientes para atender toda a demanda. Além disso, há um passivo trabalhista de R$ 2 bilhões, que gera um custo anual em torno de R$ 90 milhões. O déficit operacional do Conceição é de R$ 2 milhões por mês. Algo precisa ser feito”, argumentou. Jerônimo criticou as últimas gestões da instituição, consideradas catastróficas. “Trata-se de um grupo que possui um orçamento que só perde para o do governo do Rio Grande do Sul. Portanto, alvo da cobiça de grupos que não pensam na saúde da entidade”.

O Grupo Hospitalar Conceição possui a seguinte estrutura organizacional: Hospital Conceição, Hospital Cristo Redentor, Hospital Fêmina, Hospital da Criança Conceição, 18 unidades de saúde, três Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS), atenção domiciliar, uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na zona norte, uma escola de cursos técnicos, um Centro de Odontologia e Serviço de Saúde Comunitária.