Mobilização remonta ao ano de 2009, quando se discutiu o projeto no âmbito da criação da Ferrosul

A ligação por trilhos com o centro do Brasil é um antigo sonho dos gaúchos. Tratado como prioridade logística para alavancar a economia do Rio Grande do Sul, o projeto ressurge agora num novo contexto. O sopro de esperança agora se chama Nova Ferroeste, iniciativa do governo paraense para criar um corredor de escoamento unindo Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Grande defensor da expansão da malha ferroviária, o deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) lembra que o debate começou ainda em 2009, quando ele ocupava uma cadeira de deputado estadual. O parlamentar tomou a iniciativa de criar comissão externa dentro da Assembleia Legislativa para acompanhar a implantação da Ferrosul. “Houve uma grande mobilização, que envolveu inclusive o CODESUL e os governadores dos quatro estados. Lá se vão quase 15 anos e ainda seguimos sem a ferrovia. Espero que agora a coisa saia do papel”, ressaltou.
Paralelamente aos debates da Ferrosul, o governo federal à época, por meio do então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, apresentou o projeto da Ferrovia Norte-Sul, com traçado previsto até o Porto de Rio Grande. Já como deputado federal e vice-presidente da Frente Parlamentar das Ferrovias, o deputado Jerônimo Goergen recorda que o Rio Grande do Sul entrou nos planos de expansão da malha ferroviária via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Chegamos a ter um Estudo de Viabilidade Técnica aprovado, que definiu o traçado. Mais uma vez o projeto foi deixado de lado por falta de recursos”, lamentou.
O parlamentar entende que agora as lideranças políticas e empresariais do Rio Grande do Sul precisam se reorganizar em torno das discussões da Nova Ferroeste. “Não podemos apagar esse histórico de luta em torno da ferrovia. Há muito trabalho já feito que pode ajudar os novos gestores na tomada de decisões”. Jerônimo finaliza dizendo que não se pode deixar de perseguir a extensão da Ferrovia Norte-Sul até o Porto de Rio Grande, que é o grande sonho e objetivo dos gaúchos. “Mas enquanto os argumentos econômicos contrários apresentados pelo governo e empresas prevalecerem, não se pode deixar de tocar o projeto mais factível, que neste momento atente pelo nome de Nova Ferroeste”, conclui o deputado.