Só no Vale do Rio Pardo, oito dos 13 municípios da região decretaram situação de emergência

As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a última semana provocaram uma corrida de prefeitos a Brasília em busca de auxílio federal. Só no Vale do Rio Pardo, oito das 13 prefeituras da região decretaram situação de emergência em virtude dos temporais. O município de Rio Pardo, por exemplo, calcula R$ 50 milhões de perdas na agricultura e na infraestrutura. Prefeita do município de Vera Cruz, Rosane Petry relatou um quadro de sofrimento para as famílias de agricultores, que perderam grande parte da produção. “Além das lavouras, também prejudicou as estradas, pontes e bueiros. As nossas agroindústrias tiveram a produção prejudicada porque, em alguns locais, ficou sem luz durante três dias, provocando perdas na bacia leiteira”, destacou Rosane, que contabiliza prejuízos da ordem de R$ 15 milhões em sua comunidade.

Para o presidente da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (CINDRA), deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), os recursos emergenciais precisam ser liberados com urgência. O parlamentar disse que já encaminhou pedido ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), para que o órgão libere verbas do seguro agrícola para as áreas atingidas. Na área de Defesa Civil, Jerônimo lamentou o fato do Ministério da Integração não dispor de verba própria no Orçamento para utilizar nessas emergências, o que só acontece com a edição de Medida Provisória (MP). “Esta ajuda sempre atrasa e esses atrasos sempre são bancados pelo orçamento dos municípios”, destacou o parlamentar, que cobrou mudanças no sistema atual de auxílio às vítimas de catástrofes.

Os prefeitos das cidades atingidas foram recebidos nesta quarta-feira (20), no gabinete do ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, encontro organizado pelo gabinete do coordenador da Bancada Gaúcha no Congresso, deputado Alceu Moreira (PMDB-RS). Durante a audiência, as prefeituras entregaram um dossiê com fotos de lavouras destruídas, infraestrutura afetada e a contabilidade financeira das perdas.