Recursos são importantes para que o setor consiga avançar e expectativa era de redução maior dos juros, que poderiam ficar mais próximos taxa básica

O Plano Safra 2020/2021 foi apresentado nesta quarta-feira (17), no Palácio do Planalto, trazendo uma previsão de R$ 263,3 bilhões para o financiamento da produção agrícola nacional, um aumento de R$ 13,5 bilhões em relação ao plano anterior. Os recursos poderão ser contratados entre os dias 1º de julho de 2020 a 30 de junho de 2021. Os juros para custeio e comercialização da safra variam conforme o tamanho da propriedade. Para os agricultores que se enquadram no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), as taxas de juros vão variar entre 2,75% e 4% ao ano. Para pequenos e médios produtores, o índice será de 5% ao ano e para os demais as taxas serão de 6%. Já o programa para o financiamento de máquinas e implementos agrícolas (Moderfrota) as taxas serão de 7,5%.
O deputado Jerônimo Goergen (Progressistas-RS) ressaltou que, apesar dos avanços, o anúncio acaba sendo confrontado com a própria realidade. É que no mesmo dia, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu pelo corte da taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual, caindo dos atuais 3% para 2,25% ao ano – o menor patamar desde o início da série histórica, iniciada em 1996. “Isso significa que o produtor rural vai enfrentar um juro real acima da inflação e da própria Taxa Selic. Será preciso enfrentar o drama do endividamento agrícola, que exclui os agricultores do crédito oficial. Não vai adiantar ter um volume maior de recursos se esses valores não chegarem efetivamente às mãos de quem mais precisa”, alertou o parlamentar.
Produtores à espera de uma definição
O setor produtivo ainda espera pela definição de duas demandas consideradas fundamentais: a prorrogação dos decretos de emergência para o dia 31 de maio e a liberação das linhas de repactuação das dívidas agropecuárias. “Este é um tema que começamos a negociar há 3 anos junto ao BNDES, e que está sendo adequada para atender o alto nível de endividamento no campo”, explicou. Segundo Jerônimo, a viabilização destes dois itens será fundamental para que os recursos possam ser acessados na prática.