Deputado Federal Jerônimo Goergen (PP-RS)

Apenas em 2016, no Rio Grande do Sul, a indústria de shopping centers gerou 46.865 empregos diretos e outros 53.360 indiretos. São mais de 100 mil pessoas cujo sustento familiar é impactado pela pujança deste mercado. Com 37 shoppings centers, o Estado também se beneficia enormemente das atividades do setor. Além de manter a economia em movimento num período tão delicado do país, esta indústria contribuiu com mais de R$ 1,3 bilhão de reais para os cofres do governo gaúcho, recolhidos em forma de ICMS, ISS e IPTU, entre outros.

São números impactantes, que revelam o quanto esta indústria é de fundamental importância para a manutenção de nossa economia. Tais resultados são alcançados por meio da união de esforços entre duas partes de uma relação simbiótica: empreendedores de shopping centers e lojistas. Pela biologia, entende-se simbiose como uma relação interdependente em que, a cada parte envolvida, interessa a manutenção da outra, uma vez que ambas se beneficiam mutuamente do contexto em questão. Assim também ocorre com as partes envolvidas na polêmica que agora envolve o mercado varejista de Porto Alegre.

De nada adianta que um dos lados se beneficie desta disputa, a despeito de gerar dano na outra parte envolvida. Neste momento frágil da economia brasileira, o consumidor mostra-se retraído para sair às compras. Isso gera impactos, e deixa os nervos à flor da pele. O momento exige de todos, mais do nunca, uma postura serena e ânimos sob controle. A saúde do setor depende sempre do diálogo aberto entre ambos. Em cada cidade, em cada shopping center, em cada realidade, a conversa precisa ser mantida. Mobilizar um setor em detrimento do outro apenas gera um movimento de desestabilização que a nenhum dos dois interessa.

Lojistas e empreendedores de shopping centers precisam entender que o impacto da crise atinge a ambos, e que o descontentamento é generalizado em diversos setores. A curto prazo, é hora de negociar, de dialogar e ceder: empreendedores precisam abrir as portas para negociar caso a caso, com calma e razoabilidade. Lojistas precisam compreender que abrir mão de compromissos financeiros pré-acordados e aceitos de comum acordo, pode colocar a perder a saúde financeira dos centros de compras, o que, em última instância, também não interessa ao lojista.

A longo prazo, precisamos encarar as reformas estruturais do país, que podem auxiliar o setor: como a atualização da legislação trabalhista, a readequação dos tributos, a diminuição da burocracia que causa lentidão ou freia ainda mais a economia. Medidas importantes para conter o desemprego que vem crescendo assustadoramente nos últimos anos. O momento já é delicado demais para cisões, ou exigências descabidas de ambas as partes. Vamos ao diálogo!