Só no polo naval de Rio Grande 3,2 mil trabalhadores perderam seus empregos de uma só vez

A demissão em massa de trabalhadores no polo naval de Rio Grande (RS) deve mudar a postura do governo em relação à indústria nacional. A avaliação é do presidente da Frente Parlamentar da Indústria de Máquinas e Equipamentos (FPMaq), deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), que vem defendendo políticas sólidas para o setor industrial, que garantam competitividade. “Nós vamos entrar numa linha de negociação profunda. Não queremos um mero protecionismo para a indústria. Queremos uma condição de competitividade e de igualdade nessa competição com a geração dos produtos de fora”, destacou o parlamentar.

Nos próximos dias, o governo Temer deve lançar um pacote de estímulo para acelerar a retomada do crescimento. Para Jerônimo, o plano precisa atacar a pesada carga tributária, o endividamento das empresas e a política de juros. No setor de petróleo e gás, o parlamentar acredita que o governo vai renovar o programa de incentivo para o chamado conteúdo local, que prevê maior participação das companhias brasileiras no fornecimento de produtos e serviços para os projetos de exploração e produção.

Para quem vive o drama do desemprego no setor industrial, resta o apelo para que o socorro venha rápido. O presidente do Sindicato da Construção, Reparação e Manutenção Naval de Rio Grande (Sindinaval), Jair Kepps, cobrou das autoridades propostas sólidas que proporcionem o resgate dos postos de trabalho. O sindicalista relata um quadro de desespero às vésperas das festas de final de ano por conta das 3,2 mil demissões de uma só vez. “É uma situação chocante. As pessoas estão suplicando a todos os governantes que olhem por nós. Ver as pessoas numa fila para pegar suas cartas de demissão é chocante, deprimente a situação na cidade de Rio Grande”, relatou Kepps.

O pacote Temer ainda prevê o alongamento e o refinanciamento das dívidas das empresas, a apresentação de um programa específico para a sustentação do emprego, regulamentação do trabalho intermitente e o uso do FGTS para o pagamento das dívidas das pessoas físicas.