Coordenador dos trabalhos se reúne nesta sexta-feira (23), em Cachoeirinha, como o secretário de Política Agrícola, Neri Geller

A Comissão Externa sobre o Endividamento Agrícola da Câmara dos Deputados se reúne nesta sexta-feira (23), a partir das 10h, com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller. O encontro acontece em Cachoeirinha, na Estação Experimental do Arroz (EEA) do Irga (Avenida Bonifácio Carvalho Bernardes, 1494). A audiência contará com a presença do coordenador da Comissão Externa, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) e da diretoria da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS). À tarde, o secretário deve receber dirigentes de entidades ligadas aos arrozeiros.

Na primeira agenda com a Fetag, a pauta será a grave crise no setor leiteiro. Os produtores sofrem com o baixo preço pago pelo produto. O segmento tem sido fortemente impactado pela importação predatória do leite vindo do Mercosul. Os agricultores familiares reclamam da falta de renda e do alto comprometimento com dívidas bancárias. “Estamos trabalhando em duas linhas paralelas, as questões emergenciais e a parte estrutural, no sentido diminuirmos os obstáculos que impedem a rentabilidade no setor”, destacou Jerônimo.

O parlamentar ressaltou que a Comissão Externa vai propor um maior controle sobre a importação de produtos agrícolas e priorizar o debate sobre a política de juros. “As taxas estão muito elevadas, em descompasso com a trajetória de queda da Selic”, argumentou. Na agenda entre o setor orizícola e o secretário de Política Agrícola, Jerônimo vai reforçar a necessidade de o governo implementar medidas emergenciais de apoio e estímulo. “Assim como o leite, o arroz passa por uma das maiores crises de sua história. O Plano Safra precisa contemplar mecanismos que dialoguem com a realidade. Não dá para fazer de conta que oferece recursos para custeio, investimento e comercialização se o produtor não conseguir acessar essas linhas”, ponderou Jerônimo.

A Comissão Externa tem como objetivo verificar as causas do endividamento do setor agrícola, o elevado custo dos seus financiamentos, a bitributação previdenciária incidente sobre a folha de pagamento dos funcionários e as condições de importação dos alimentos. Dados do Banco Central indicam que, no final de 2014, os débitos no setor primário geravam em torno de R$ 230 bilhões. Estima-se que esse passivo já esteja bem maior e cresça substancialmente com o retorno da cobrança do Funrural.