O percentual de adição do biodiesel ao diesel passará de 10% para 11% (B11) no segundo semestre deste ano. A elevação da mistura do biocombustível ao combustível fóssil era uma das principais reivindicações do setor. A medida foi anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na noite dessa quarta-feira (22), durante a posse do deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) na presidência da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel.

“Com o B11, substituiremos cerca de 600 milhões de litros de diesel importado por biodiesel nacional, produzido a partir de matérias-primas cultivadas no país e com geração de investimento, emprego e renda”, disse o ministro, em pronunciamento no evento. Isso, acrescentou, representa reduzir o dispêndio com importação de diesel em aproximadamente R$ 1,3 bilhão por ano.

O ministro destacou que a articulação e o diálogo entre o Ministério de Minas e Energia, a Anfavea, o Sindipeças, a Abiove, a Aprobio, a Ubrabio e a Agência Nacional de Petróleo (ANP) criaram as condições necessárias para autorização da mistura B11. Ele prevê que o processo de liberação do B11 esteja concluído em dois meses.

“A implantação da mistura B11 será feita após estudos de curta duração sobre a adição do biodiesel, no Instituto Nacional de Tecnologia [INP]. Os resultados serão analisados e atestados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, garantindo a melhor governança e qualidade na integração dos biocombustíveis na matriz energética e de transporte do Brasil”, ressaltou o ministro.

O presidente da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel também salientou o empenho da Aprobio, Ubrabio e Abiove para a liberação do B11. “Hoje, avançamos para o B10 e a garantia da qualidade permitiu que ainda este ano, conforme anunciado pelo ministro Bento Albuquerque, tenhamos o B11 para chegar ao B15, em 2023”, afirmou Jerônimo Goergen.

Requisito de estabilidade

A partir da conclusão dos estudos, informou Bento Albuquerque, a ANP poderá revisar a especificação do biodiesel para aumentar o requisito de estabilidade à oxidação do biodiesel de oito para 12 horas. O objetivo, assinalou, é atingir, no mínimo, 20 horas de estabilidade na mistura e, assim, elevar a vida útil do combustível em todas as etapas de comercialização.

“Com isso, o relatório dos testes, coordenados pelo ministério, será complementado, validando a mistura B11 em caráter amplo e definitivo”, enfatizou o ministro. Nos meses subsequentes a entrada em vigor da mistura B11, observou, deverão ser induzidos mais de R$ 700 milhões em investimentos na ampliação da capacidade de produção de biodiesel e processamento de soja.

Bento Albuquerque pontuou ainda que o governo federal e o setor também chegaram a acordo sobre os requisitos necessários para evolução até a mistura B15, prevista para entrar em vigor em março de 2023.

João Carlos Rodrigues/AGROemDIA

FONTE: https://agroemdia.com.br/2019/05/23/biodisel-b11-entra-em-vigor-no-segundo-semestre-deste-ano/