Diretor do SNA alerta que prática é cultural, mas pode provocar catástrofe

A Secretaria de Aviação Civil realizou nesta terça-feira (24) a primeira reunião do Grupo Técnico de Risco Baloeiro. O objetivo é discutir medidas para reduzir o risco de acidentes entre balões e aeronaves no espaço aéreo, que se torna mais comum nesta época do ano por causa das festas juninas e julhinas.

O vice-presidente executivo da Associação Internacional de Pilotos de Aviação Civil, Osvaldo Neto, destacou que soltar balões é uma prática cultural no Brasil, mas a população deve estar ciente do perigo de uma catástrofe. Segundo ele, a colisão de uma aeronave de grande porte com um artefato no espaço aéreo, como o balão, pode parar o motor e tampar as entradas de tomada estática que trazem informações de velocidade. Por isso, “é importante que a população esteja consciente de que não é legal ter balão onde tem avião”, enfatizou.

Além de ações de conscientização popular, o secretário de Navegação Aérea, Rafael Botelho, afirmou que o grupo deve tomar medidas operacionais para minimizar as consequências da soltura de balões. Como exemplo, ele citou a orientação para que policiais façam uma abordagem correta em casos de flagrante. O secretário também lembrou que fabricar, vender, transportar ou soltar balões é crime ambiental, já que pode provocar incêndio. A punição varia de um a três anos de reclusão, além do pagamento de multa.

Por causa dos balões, o Brasil teve o nível de segurança no espaço aéreo rebaixado pela International Federation of Air Line Pilots’ Associations (IFALPA). A associação é vinculada à ICAO, agência da Organização das Nações Unidas especializada em aviação.