Portaria da Secretaria do Tesouro Nacional ainda precisar ser editado para autorizar o BNDES a operar as linhas de financiamento de armazenagem

A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) deve editar uma portaria nos próximos dias autorizando o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a operar as linhas de financiamento para a armazenagem, dentro do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA). Ao todo, serão disponibilizados R$ 200 milhões, valor considerado insuficiente segundo o diretor-executivo da Associação das Cerealistas do Brasil (ACEBRA), Roberto Queiroga. “Reconhecemos todos os esforços do governo em atender o setor. Os recursos vêm em boa hora, mas haverá uma corrida muito grande para acessar as linhas. Estimamos que, dentro de três semanas, os recursos já estejam esgotados”, explicou Queiroga.
Na prática, esses R$ 200 milhões serão capazes de cobrir apenas dez projetos de armazéns, já que cada unidade nesta modalidade custa R$ 20 milhões. Um dos maiores incentivadores da criação do PCA Cerealistas, o deputado Jerônimo Goergen destaca que o programa terá juros de 6% ao ano, 13 anos de prazo para pagamento e mais três de carência, conforme a Resolução n° 4.834, do Conselho Monetário Nacional (CNM). “Esperamos que a rapidez e o sucesso na liberação desses recursos estimulem o governo a olhar para este setor com mais atenção. E que no próximo Plano Agrícola tenhamos muito mais recursos disponíveis”, defendeu o parlamentar. De acordo com estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o déficit por armazenagem é de 70 milhões de toneladas no Brasil, valor que tende a crescer ano a ano em virtude dos sucessivos recordes de produção de grãos.