Tema da Imperatriz Leopoldinense provocou revolta em diversos setores do agronegócio, por estigmatizar e criminalizar produtor rural

O deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) antecipou nesta segunda-feira (9) a decisão de protocolar uma moção de repúdio na volta do recesso legislativo. Logo no início de fevereiro, no retorno das atividades da Câmara dos Deputados, Jerônimo garantiu que tomará a iniciativa como uma reação coletiva de todos os setores do agronegócio que reagiram com extrema indignação ao tema escolhido pela escola de samba Imperatriz Leopoldinense.

A agremiação carnavalesca traz como enredo “Xingu – O clamor que vem da Floresta”, numa homenagem ao Parque Nacional do Xingu. “Ao mesmo tempo em que a escola ressalta o povo indígena, faz duras críticas ao agronegócio brasileiro, o motor da economia nacional, o maior responsável por segurar o PIB brasileiro. Isso é inadmissível”, disparou Jerônimo. O parlamentar ressalta que a moção de repúdio é a materialização da indignação de diversas entidades da agropecuária, que já se manifestaram oficialmente em nota.

Composta por Moisés Santiago, Adriano Ganso, Jorge do Finge e Aldir Senna, o samba enredo exalta os indígenas como os guardiões da floresta e que o “jardim sagrado” foi descoberto pelo “caraíba” que hoje “sangra o coração do meu Brasil”. A letra ressalta ainda, em tom de crítica ao agronegócio, que “o belo monstro rouba as terras dos seus filhos / devora as matas e seca os rios / tanta riqueza que a cobiça destruiu”.

Para Jerônimo, o Carnaval carioca é a maior festa popular do mundo e a repercussão negativa internacional repercute em diversos segmentos e pode trazer graves prejuízos a um setor econômico altamente profissional e especializado, que sabe respeitar o solo e o meio ambiente. “Quem vive da terra sabe o quão sagrada ela é. Quem se dedica a alimentar o Brasil e mundo não aceita ser taxado de vilão”, finalizou o parlamentar.