Desempenho da linha Pro-CDD Agro revela que apenas 368 produtores rurais em todo o país foram contemplados, o equivalente a quase R$ 130 milhões liberados desde setembro de 2018
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) respondeu o ofício encaminhado pelo deputado federal Jerônimo Goergen (Progressistas-RS), no qual o parlamentar pede informações sobre o desempenho do Programa BNDES para Composição de Dívidas Rurais – BNDES Pro-CDD Agro. Segundo dados da instituição, apenas 368 produtores rurais em todo o país conseguiram acessar a linha de financiamento, o equivalente a aproximadamente R$ 130 milhões.
O parlamentar ressalta que será preciso intensificar a liberação dos recursos, “que poderá auxiliar milhares de produtores que passam por sérias dificuldades para se manter na atividade primária”. Jerônimo acredita que a crise econômica provocada pelo avanço do Coronavírus aumentou a sensação de insegurança quanto ao futuro no campo. “O agricultor já vem tendo problemas com custos elevados de produção, frustração de safra e endividamento crônico. Num cenário de crise econômica mundial, isso só tende a se intensificar. Injetar recursos no setor é garantir a segurança alimentar do país”, justificou.
Jerônimo defende que os recursos do BNDES sejam utilizados para fazer uma ampla securitização. “E se conseguirmos repassar esses valores diretamente aos produtores, poderíamos inclusive reduzir significativamente os juros”, explicou. A linha de composição de dívidas agrícolas do BNDES foi criada em 18 de setembro de 2019, fruto do trabalho da Comissão Externa do Endividamento Agrícola (CEXAGRIC), coordenada pelo próprio deputado Jerônimo Goergen. Em 2018, foram formalizados 138 contratos no valor total de R$ 16 milhões. No ano seguinte, mais 85 contratos totalizando R$ 81 milhões. Até 12 de março do presente ano foram liberados outros R$ 31 milhões distribuídos entre 55 clientes.
