Usuários, empresários e entidades são contra a renovação por conta dos altos custos e baixo retorno para a sociedade após 20 anos de exploração
O deputado federal Jerônimo Goergen (Progressistas-RS) encaminhou, nesta quarta-feira (14), ofício ao Departamento Nacional de Infraestrutura Transportes (DNIT) solicitando informações sobre a proposta de prorrogação da concessão rodoviária da Ecosul, responsável pela administração de rodovias da Zona Sul do Rio Grande do Sul. A solicitação atende a uma reivindicação de usuários, empresários e entidades comerciais que rejeitam a renovação do contrato de prestação de serviços. “Sobram razões de natureza jurídica e econômica. O fato é que a sociedade gaúcha se considera lesada após 20 anos de exploração por parte da Ecosul”, argumentou Jerônimo.
Em nota, a Federação das Empresas de Transporte de Carga do Estado do Rio Grande do Sul (FETRANSUL) destaca que a Ecosul explora o pedágio mais caro e lucrativo do Brasil, com menos de 20% de sua receita sendo investida na manutenção das estradas. A entidade lembra que seu contrato de exploração está sob judice desde 2012. Além disso, a operação sufoca a economia da Zona Sul e desvia cargas para portos catarinenses para evitar as abusivas tarifas para se chegar ao porto de Rio Grande.
O Sindicato do Comércio Varejista de Camaquã também fez coro contra a renovação da concessão da Ecosul. Segundo a entidade, “ter uma praça de pedágio no município, tendo como compensação o financiamento de obras em outras regiões que não contemplam nosso território será um malefício competitivo econômico absurdamente grande, levando em conta os valores que pagamos em outras praças da região já são muito elevados”, ressalta a entidade.
No ofício encaminhado aos deputados e senadores da Bancada Gaúcha, o sindicato faz um comparativo com os valores praticados nos pedágios da BR-290 e BR-101. Entre Porto Alegre e Torres, a CCR tem quatro pedágios a um custo de R$ 4,70 por praça, totalizando R$ 18,80 no trecho de aproximadamente 200 quilômetros. Ou seja, um custo de R$ 0,094 por quilômetro. Já na BR-116, entre as cidades de Camaquã e Rio Grande, separadas por cerca de 180 quilômetros, atualmente são três pedágios. Um quarto seria construído em Camaquã com a nova proposta da Ecosul, totalizando quatro praças ao custo de R$ 12,30 cada uma, totalizando R$ 49,20 ou R$ 0,2733 por quilômetro. Ou seja, um custo 162% mais caro do que outro trajeto similar no Estado.