Rodovias são consideradas fundamentais para o escoamento da produção e o tráfego de veículos

O diretor-geral do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (DAER), Luciano Faustino, confirmou nesta quarta-feira (16), o início do trabalho de manutenção de três importantes rodovias estaduais que servem para o escoamento da produção agrícola do Rio Grande do Sul. As RSs 514, 506 e 508 passarão por obras nos trechos mais precários onde não há asfaltamento. Faustino participou de uma videoconferência articulada pelo deputado federal Jerônimo Goergen (Progressistas-RS), que ainda contou com a presença de prefeitos, gestores municipais, dirigentes de sindicatos rurais, do presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Ernani Polo (Progressistas), o deputado federal Pedro Westphalen (Progressistas-RS) e de representante do gabinete do senador Luis Carlos Heinze (Progressistas-RS).

A prioridade do DAER será para as RSs 514, 506 e 508, cuja trafegabilidade está bastante comprometida pelas chuvas que tem caído na região nas últimas semanas. As três juntas respondem por aproximadamente 150 quilômetros de estradas de chão. De acordo com o presidente licenciado do Sindicato Rural de Tupanciretã, Gustavo Terra, o município deve colher quase dez milhões de sacas de soja e o que se vê hoje no interior do município são estradas impraticáveis para o deslocamento de veículos. “A arrecadação do município é alta, o produtor rural gera esses recursos e merecemos o retorno sob forma de pavimentação”, cobrou Terra.

Já o prefeito de Santa Bárbara do sul, Mario Filho, destaca que a reclamação dos agricultores vem aumentando e que a prefeitura não tem mais material para ceder para a manutenção das estradas. “Por três oportunidades fizemos o trabalho de recuperação com o sindicato rural, mas isso não é nossa responsabilidade. Também precisamos pensar numa outra estratégia, inclusive com parcerias público-privadas. Estamos muito atrasados em relação a outros estados”, criticou. O prefeito ainda cobrou agilidade para o projeto de concessão da BR-285, rodovia com alto índices de acidente e que tem ceifado muitas vidas todas as semanas.

Plano de trabalho
Segundo o diretor-geral do DAER, os trabalhos vão começar pela RS-514. São 66 quilômetros de estrada de chão e já há um recurso garantido de R$ 200 mil. “Já estou com documentação pronta e vamos assinar um termo de cooperação técnica envolvendo as prefeituras e os sindicatos rurais. Dessa forma, todos ficam protegidos juridicamente quanto aos investimentos”, detalhou. As RS-506 e 508 serão as próximas contempladas pelo plano de recuperação. Faustino disse ainda que o Rio Grande do Sul tem mais de quatro mil quilômetros de estradas não pavimentadas e que essa demanda aumenta muito período de chuvas. Além disso, o orçamento do órgão sofreu uma redução com o redirecionamento de R$ 19 milhões de emendas da Bancada Gaúcha, que inicialmente iriam para a construção e manutenção de rodovias, mas que acabaram sendo alocadas na saúde em virtude da pandemia do coronavírus. O DAER também viu cair o repasse federal da Cide-combustíveis (Contribuição de intervenção no domínio econômico), que baixou de R$ 80 milhões para R$ 40 milhões em 2020. “Para investir temos que abrir o caixa fiscal ou buscar recursos externos. Existem estudos para pedagiar mil quilômetros de rodovias”, explicou.

RS-566
Outra demanda apresentada na reunião foi a RS-566, alvo de reclamações e protestos por parte dos produtores rurais. A presidente da Associação dos Arrozeiros do Alegrete, Fátima Marchezan, que também participou da audiência, cobrou o prosseguimento das obras de asfaltamento e revelou que o trecho de chão batido está cada dia pior.

RS-155
Com relação a esta rodovia, foi solicitado a recuperação de um trecho de 13 quilômetros. O DAER disse que vai remanejar R$ 3 milhões de seu orçamento para a realização da obra.

São Lourenço do Sul
Uma última reivindicação veio de São Lourenço do Sul. O pedido é para que uma estrada municipal receba melhorias de infraestrutura para absorver uma grande operação de transporte de um rebanho de oito mil bovinos, que seriam levados via terrestre até o Porto de Rio Grande. Isso iria movimentar certa de 300 carretas em um espaço de tempo de 48 horas. Por se tratar de uma estrada municipal, a solução para este caso passaria pela elaboração de um contrato de locação de equipamentos junto à Secretaria Estadual de Obras Públicas.