População poderá participar de consulta pública para opinar sobre o que espera usufruir da nova estrutura

A Associação dos Usuários da Plataforma de Atlântida (Asuplama) apresentará na próxima segunda-feira (15), às 11h, em Xangri-lá, o cronograma de revitalização do empreendimento. Está prevista a realização de uma consulta pública para ouvir a sociedade gaúcha sobre o que ela espera encontrar no novo espaço. As opiniões poderão ser encaminhadas por e-mail (secretaria@plataformadeatlantida.com.br) até o dia 25 de fevereiro. Durante a solenidade será detalhado o formato do edital, que prevê a realização de um concurso arquitetônico para escolher o melhor projeto. A expectativa é que o edital seja lançado no dia 20 de março e o anúncio do vencedor aconteça em 25 de agosto.
Grande mobilizador e um dos principais articuladores do movimento em defesa da revitalização da plataforma, o deputado Jerônimo Goergen (Progressistas-RS) destaca que a participação da sociedade será fundamental para entender qual o melhor equipamento a ser entregue. “Já sabemos que há o interesse público em poder contar com restaurante, quiosque e lojas. Mas sempre surgem novas ideias que podem melhorar ainda mais o processo. Portanto, é fundamental que as pessoas participem e mandem suas sugestões”, destacou.
O parlamentar ressaltou ainda o trabalho precisa ser feito em duas etapas distintas. A primeira, estrutural, que se refere ao orçamento necessário para manter a construção em pé. Na última semana, o deputado esteve reunido com o ministro do Turismo, Gilson Machado, para buscar uma alternativa jurídica que viabilize a liberação de recursos federais para a recuperação da estrutura. Já a segunda etapa contempla a implantação de lojas, bar, restaurante e quiosque. “Estamos trabalhando para melhorar a relação entre pescadores e surfistas, permitindo que a estrutura possa atender essas duas práticas, sem concorrência ou prejuízos entre si”, detalhou.
A ideia é somar os diferentes potenciais econômicos oferecidos pela plataforma para impulsionar a economia local. Neste caso, o turismo, a gastronomia, o meio ambiente e a realização de eventos. Ainda de acordo com Jerônimo, o modelo de concessão que será aplicado no Cais Embarcadero, em Porto Alegre, pode servir de inspiração para o futuro projeto da Plataforma de Atlântida.

Energias renováveis
A proposta de revitalização da Plataforma de Atlântida também deve contemplar projetos de energia solar. Para o presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Guilherme Sari, o local é propício para a instalação de painéis. “A insolação na plataforma é muito boa, não tem nenhuma obstrução e se apresenta como a mais viável dentro da operação que estamos pensando”, explicou o dirigente. Sari disse ainda que, no futuro, há a possibilidade de se trabalhar num projeto-piloto para a utilização da energia maremotriz, que utiliza a força das ondas para gerar energia limpa.

A Plataforma de Atlântida
Inaugurada em agosto de 1970, a Plataforma de Atlântida está localizada no município de Xangri-lá. Com mais de 50 anos de vida, a estrutura de 350 metros foi construída com uma tecnologia que previa uma vida útil estrutural de aproximadamente 30 anos. Hoje, a estrutura sofre com a ação do tempo e o impacto do mar. “Foi mais ou menos com essa idade que perdemos o braço sul, que também nos custou a perda de mais de mil associados”, lembra o presidente da Associação dos Usuários da Plataforma de Atlântida, José Luís Rodrigues Rabadan.
O dirigente reconhece que, sozinha, a entidade é incapaz de preparar a plataforma para as próximas duas gerações. “Os associados têm consciência de que precisamos de um grande projeto, que seja capaz de atrair investimentos necessários para que nosso sonho de continuar ali pescando por mais 50 anos se realize”. Atualmente, a Plataforma de Atlântida se mantém com a mensalidade de R$ 100 paga pelos 220 associados e com o ingresso para visitação de R$ 8, que dá direito a duas horas de permanência no local.