Quando eu entro num supermercado ou vou a uma feira de bairro, eu enxergo muito mais do que produtos industrializados, embalados ou in natura. Eu vejo ali, em cada gênero alimentício, mãos calejadas, rostos suados, peles ressecadas pelo sol e pelo frio. A atividade agropecuária exige uma dedicação quase que exclusiva por parte dos homens e mulheres do campo. Não tem feriado ou final de semana. Um trabalho duro e de altíssimo risco, por conta da inconstância do clima e dos altos custos envolvidos nessas operações. Tudo isso feito para nos alimentar. Dito isto, fico me questionando de onde vem tanta incompreensão a quem produz? Qual a razão para tratar o produtor rural como criminoso, imputando a ele a culpa pela destruição do meio ambiente ou por se apropriar de terras que seriam dos índios? Creio que a raiz disso tudo está na disputa político-ideológica. Como explicar o tratamento o tratamento condescendente oferecido ao MST, que invade terras, destrói propriedades e nada produz. E as ONGs estrangeiras, que ferem nossa soberania alimentar ao se colocar contra os interesses nacionais. A resposta do agronegócio tem sido sempre a mesma: trabalho e competência diante de atos medievais. Ano após ano, é este segmento econômico que tem se destacado, com a ampliação dos índices de produtividade, batendo sucessivos recordes safra após safra. Tudo isso sem avançar indiscriminadamente sobre as áreas de preservação. Muito pelo contrário! Temos uma das legislações mais rígidas do mundo e o Código Florestal exige dos proprietários a recuperação de suas terras. Só com muita tecnologia e eficiência é possível ser produtor rural no Brasil. Querem mais uma contradição? Tente desvendar o mistério de ser o agronegócio o motor da nossa economia, o responsável pelo superávit da balança comercial. De outra parte, o mesmo segmento é acusado de ser mau pagador e caloteiro. Ai está a discussão do Funrural, que mais uma vez coloca o empresário rural como devedor contumaz e tábua de salvação para o rombo orçamentário. Até quem defende o agronegócio recebe um rótulo pejorativo. Somos chamados de “ruralistas”. Não que seja uma palavra ruim, que soe mal gramaticalmente. A raiz dela vem de rural, não há nada pejorativo nisso. O problema é carimbar a bancada que defende o agronegócio como homens e mulheres indignos, que estão sempre tramando algo contra a sociedade, para beneficiar os fazendeiros maus. Agricultura não tem tamanho, todos são importantes: o pequeno, o médio e o grande. Querer separar eles é coisa da ideologia de esquerda, que sempre quis a destruição do Brasil. Vejam o apoio descarado para a ditadura venezuelana, que jogou seu povo na miséria e na fome. Somos ruralistas, sim, porque defendemos a pujança de um setor que não aceita divisão na hora de colocar a comida na mesa dos brasileiros. Café da manhã, almoço e janta todos merecem, não importa a qual sigla ou classe social você esteja inserido.