Desde o ano passado venho alertando sobre a situação dramática do endividamento no meio rural. Os relatos individuais viraram dezenas, que se multiplicaram em centenas até chegarem aos milhares, espalhados por todo o Brasil. Diante dos casos que chegavam até mim, tomei a decisão de investigar o problema e propor soluções. Dessa forma criamos a Comissão Externa do Endividamento Agrícola (CEXAGRIC), que se debruçou sobre o problema no primeiro semestre de 2018. Ao final dos trabalhos, apresentamos uma série de propostas legislativas para o enfrentamento estrutural da dívida. Foi da CEXAGRIC que saiu a linha de composição de dívidas agropecuárias do BNDES, que agora aguarda pela regulamentação do Fundo de Aval Fraterno (FAF) para atingir um maior número de produtores. É um fôlego financeiro, mas não a solução definitiva. Longe disso! É preciso destacar que agricultor vive uma crise de renda. Ele colhe e fica devendo muito porque houve uma elevação enorme dos custos de produção. Luz, água, combustível, defensivos, serviços, impostos e, para muitos, um gasto adicional terrível: o arrendamento da terra. Se as contas já não estão fechando para os proprietários, imaginem para os arrendatários! Se no passado esse formato de produção era um bom negócio, hoje ele funciona como a pá de cal sobre o produtor que arrenda. Segundo estudo da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o custo de produção de um hectare de soja na região de Carazinho (RS) gira em torno de R$ 3.200,00. Se dividirmos esse valor por R$ 60, que é o custo de uma saca, teremos um custo equivalente a 53,3 sacos de soja/ha. Agregue a isso mais 15 ou 20 sacas para pagar o arrendamento. Numa perspectiva otimista, sobrariam de 10 a 15 sacas para o produtor viver. É uma oportunidade de produzir, mas que precisa levar em conta o custo no cálculo final da lavoura. E mesmo produzindo bem, esse custo pode não ser pago mesmo produzindo bem. E sem uma produção adequada acaba gerando, imediatamente, um passivo enorme. A situação chegou ao limite e o governo federal precisa sinalizar claramente se terá ou não medidas de apoio para o agronegócio. O homem do campo deve e muito! Dentro do sistema financeiro, mas principalmente fora dele, onde o custo do dinheiro é muito maior. A preocupação só aumenta diante de um cenário econômico de incertezas e projeções pessimistas.
Jerônimo Goergen – Deputado Federal (Progressistas-RS)
maio 17, 2019
O arrendamento é a corda no pescoço do produtor, como grande parte dos produtores estão sem CPF p financiar em bancos ou estão fazendo os famosos “mata-mata”, os Bancos liberam custeio à aqueles q chegam com um ” CPF limpo “. Dando margem p os aventureiros , os quais com dinheiro na mão saem roubando arrendamentos e inflacionando o mercado , não existe controle nenhum sobre esse problema. O produtor endividado fica sem alternativas, pois, fica refém dos bancos e dos proprietários de terra, os quais não correm risco nenhum sobre os fatores que estão destruindo a vida do produtor, fatores esses que fazem do produtor um ” escravo do sistema “… não pode parar de plantar, pois , está endividado e com seus bens em garantia. Se todos estivessem em condições financeiras favoráveis, jamais iriam se sujeitar a isso
maio 20, 2019
Obrigado pelo comentário! Vamos repassá-lo ao deputado. Abraço