Montante devido equivale a duas folhas de pagamento do funcionalismo público estadual, que ainda sofre com o parcelamento dos salários
O deputado federal Jerônimo Goergen (Progressistas-RS) defendeu, nesta quinta-feira (27), a aceleração do programa de privatização da CEEE-D, estatal gaúcha que acumulou um prejuízo de R$ 1,01 bi no primeiro semestre de 2020. Com mais esse resultado negativo, a empresa já acumula patrimônio líquido negativo de quase R$ 5 bilhões.
Além disso, a companhia tem uma dívida de quase R$ 3,5 bilhões em ICMS, a maior fonte de arrecadação do governo do Estado. “Cada dia que passa o prejuízo é maior. A venda precisa ser prioridade número um do Palácio Piratini. E que parte desses recursos quitem os débitos inscritos em dívida ativa e evitem o aumento de impostos ao cidadão. O consumidor pagou a conta, que não é barata, mas a CEEE-D não repassou o imposto devido”, destacou o parlamentar. O montante equivale a duas folhas de pagamento do funcionalismo público estadual, que ainda sofre com o parcelamento de salários.
agosto 27, 2020
Cabe aqui acrescentar que essa dívida de ICMS foi feita já no governo Sartori (e se estendendo até hoje no governo Leite) visando denegrir a imagem da empresa e, fomentando a sua privatização. Aliás essa estratégia de denegrir a imagem das empresas se constitui um tiro no pé, pois sinaliza (erroneamente) tratar-se de empresa inviável.
Mas, o mais perverso desta estratégia, é que as empresas interessadas em investir, o fazem pois, estão seguras de tratar-se de um ótimo negócio, como realmente o é.
Nestas condições, quem perde com a privatização de empresas de utilidade pública (como CEEE, SULGAS e CRM) é exatamente o povo gaúcho pois, ao longo dos 80 anos, por exemplo da CEEE, TODOS ATIVOS DA EMPRESA JÁ ESTÃO AMORTIZADOS, restando apenas o custo operacional a ser custeado no curto prazo. A majoração das tarifas de energia elétrica além de cobrir os custos de curto prazo, contempla o planejamento da expansão dos segmentos: geração, transmissão e distribuição.
O pulo do gato que ninguem explica, é que o grau de endividamento da empresa, é devido a política do governo estadual de retirar/desviar os recursos da CEEE para pagamento de salários de professores, Brigada Militar e funcionalismo público.
Para reflexão: SE ESSAS EMPRESAS SÃO TÃO INVIÁVEIS, COMO EXPLICAR O INTERESSE DO CAPITAL PRIVADO?