Roubo de maquinário, defensivos agrícolas, abigeato e invasão de propriedades preocupam produtores rurais e empresários
O avanço da criminalidade no meio rural foi tema do encontro realizado nesta terça-feira (6) entre o diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, e o deputado federal Jerônimo Goergen (Progressistas-RS). O parlamentar levou a Galloro a preocupação do setor produtivo quanto ao avanço do crime organizado no meio rural. “As quadrilhas se especializaram no roubo de maquinário, defensivos agrícolas e abigeato. As propriedades rurais estão totalmente vulneráveis. Os criminosos acharam um nicho de atuação altamente lucrativo, com produtos valorizados, muitos deles cotados em dólar”, destacou o parlamentar.
Jerônimo pediu a Galloro uma atenção especial da corporação sobre a movimentação dessas quadrilhas, que se valem das extensas fronteiras para agir livremente. “Há uma similaridade na atuação desses grupos com o contrabando e o tráfico de drogas”, relatou. Segundo a Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (ANDAV), devido ao elevado valor agregado dos produtos, a cadeia de distribuição de insumos se tornou alvo da ação de criminosos. São quadrilhas especializadas, extremamente estruturadas e que utilizam armamento pesado.
Conforme levantamento realizado pela ANDAV, a cada mês 7,5% das empresas são roubadas, com um valor médio de prejuízo de aproximadamente R$ 800 mil. Os estados com maior incidência são Goiás, Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Além do aumento da fiscalização dos órgãos de segurança, Jerônimo defende o endurecimento das penas para este tipo de crime. O parlamentar é autor do Projeto de Lei 2079/2015, que tem como objetivo incluir no rol dos crimes hediondo o roubo, furto, receptação e contrabando de defensivos agrícolas. “Precisamos de leis mais duras, repressão policial com inteligência e permitir a posse de armas de fogo para os produtores rurais. O campo está tão inseguro quanto a cidade e isso não pode continuar”, finalizou Jerônimo.