Deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) acredita que repasse de projetos para companhias estrangeiras, sem conteúdo local, pode comprometer desenvolvimento da indústria nacional
O presidente da Frente Parlamentar da Indústria de Máquinas e Equipamentos (FPMaq), deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), fez duras críticas à política econômica liberal do governo Michel Temer. O parlamentar lamentou o fato do Brasil passar de um extremo a outro em um curto espaço de tempo, experimentando dois modelos equivocados de desenvolvimento. “O governo Dilma demorou para adotar as medidas necessárias e a atual gestão quis implementar mudanças profundas num curto espaço de tempo, sem se dar conta que sua principal função era fazer a transição”, destacou.
O parlamentar acredita que o Palácio do Planalto está implementando projetos e programas que privilegiam companhias estrangeiras, em detrimento da indústria nacional. “Cito como exemplo a revisão das regras de conteúdo local para o setor de óleo e gás. Do dia para a noite, abandona-se todo um parque industrial, com altíssima tecnologia, que investiu pesadamente, privilegiando fornecedores estrangeiros. Com essa lógica, fica impossível reverter o quadro de desemprego profundo e fazer com que o empresariado retome os investimentos”, ponderou Jerônimo.
Ainda de acordo com o deputado, o Brasil precisa se unir em torno de uma agenda desenvolvimentista, com ênfase no capital nacional e na geração de empregos. “O único ponto convergência entre os governos Dilma-Temer é a impossibilidade de debelar a profunda crise política em que se meteram. Por isso, mais uma vez volto a dizer o que já havia dito lá atrás: o país tem pressa e não pode mais errar”, assinalou. Jerônimo observa que o Brasil saiu de um ambiente socialista de esquerda e deu um pulo para o liberalismo total, transição radical num cenário de recessão profunda, inflação, descontrole das contas públicas, desemprego e divisão social.