Ação contra defensivos coloca em risco lavoura brasileira
Deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) espera que o bom senso prevaleça e que ações do MPF não prosperem
O deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) lamentou a iniciativa tomada pelo Ministério Público Federal (MPF), que em duas ações protocoladas na Justiça pede a revisão de moléculas utilizadas no controle de pragas na lavoura. A primeira ação requer ao Ministério da Agricultura a suspensão imediata do registro comercial do agrotóxico 2,4-D, enquanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não concluir a reavaliação toxicológica do produto.
Na avaliação de Jerônimo, as ações judiciais representam um risco à segurança alimentar do Brasil, porque retira toda e qualquer possibilidade do agricultor proteger a lavoura contra os predadores naturais. “Espero que o bom senso prevaleça e que essas iniciativas não prosperem. É um movimento que vai na direção contrária ao que o setor vem lutando, que é exatamente a aprovação de novas alternativas tecnológicas”, ponderou o parlamentar. Jerônimo se reuniu nesta quarta-feira (26) com o ministro da Agricultura, Neri Geller, que está acompanhando de perto o problema.
A segunda ação determina que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conclua o RDC 10/2008, que estabeleceu a reavaliação dos 14 ingredientes ativos a serem reavaliados com relação aos seus efeitos tóxicos. Dos 14, seis já foram reavaliados. Faltam os princípios parationa metílica, lactofem, forato, carbofurano, abamectina, tiram, paraquate e glifosato. Este último é utilizado em praticamente a totalidade das lavouras gaúchas com plantio direto. Além disso, a ação pede que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) seja proibida de liberar a comercialização de sementes transgênicas tolerantes ao 2,4-D até que a Anvisa conclua a reavaliação.