Economistas esperam por independência do Banco Central ainda em 2018
Um grupo de parlamentares reeleitos e de primeiro mandato participou nesta segunda-feira (5), em São Paulo, de uma rodada de palestras com líderes empresariais e representantes do mercado financeiro. O objetivo do encontro é discutir as pautas estruturais para o Brasil. Articulador da agenda, o deputado Jerônimo Goergen (Progressistas-RS) destacou que o encontro foi uma grande oportunidade para discutir os cenários político, econômico e social. “São senadores, deputados federais e estaduais de perfil liberal, que terão a responsabilidade de aprovar reformas, privatizações e toda uma agenda legislativa nos respectivos parlamentos em que atuamos. Saímos com informações importantes para qualificar esse debate que se impõe aos legisladores”, destacou Jerônimo.
De acordo com o parlamentar, há um consenso no meio empresarial de que o governo eleito precisa se concentrar na aprovação da Reforma da Previdência, uma vez que 13% do Produto Interno Bruto (PIB) é gasto com o sistema previdenciário nacional. “Se o Congresso não conseguir aprovar novas regras, a crise econômica volta com tudo. No sentido contrário, havendo sucesso na aprovação das medidas, a expectativa do mercado é para um crescimento de 4% da economia em 2019 e 2020”, destacou Jerônimo. O parlamentar revela que o mercado está num momento de calmaria quanto à expectativa de votação da Reforma da Previdência, porque a proposta encaminhada pelo presidente Michel Temer não tinha como avançar tecnicamente nem politicamente.
Se a Reforma da Previdência pode esperar por 2019, a aprovação da independência do Banco Central é aguardada ainda para este ano. Esta seria uma sinalização importante de que não haveria interferência política nos rumos econômicos tomados pela autoridade monetária. “O que ouvimos é que as contas externas estão boas, o sistema financeiro está saudável, a inflação sob controle, a taxa de juros saudável abaixo de dois dígitos, não há expansão maluca de crédito e o dólar se encontra num bom patamar. Ou seja, bons indicadores econômicos para um início de trabalho que vai exigir muitas decisões”, pontou Jerônimo. Ainda de acordo com o mercado financeiro, superada o tema da Reforma da Previdência, o “Custo Brasil” se colocará como o próximo problema a ser superado.