Dos R$ 180 milhões previstos, apenas R$ 20 milhões chegaram efetivamente aos triticultores
Os produtores de trigo do Rio Grande do Sul estão enfrentando dificuldades no recebimento dos valores referentes aos leilões de incentivo ao escoamento da safra. As operações de PEP (Prêmio para o Escoamento de Produto) e Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural) foram realizadas entre novembro de 2016 e janeiro deste ano, contabilizando um total de R$ 180 milhões. No entanto, apenas R$ 20 milhões foram efetivamente pagos aos triticultores gaúchos.
Segundo o presidente da Comissão do Trigo da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Hamilton Jardim, o problema se deve, principalmente, ao excesso de burocracia. “É um sistema demorado, que precisa ser auditado pela CGU, envolve uma papelada enorme, a emissão de notas fiscais eletrônicas. E isso acaba prejudicando muito os agricultores”, destacou o dirigente.
Para o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), é preciso repensar os mecanismos de liberação dos recursos, uma vez que os produtores contam com esses valores para planejar a próxima safra. “Estamos falando de 120 dias de atraso. Os procedimentos devem ser mais simples. Se possível, já para os próximos leilões, temos que pensar em novas regras para facilitar a vida de quem produz”, defendeu. Jerônimo propôs a criação de um grupo de trabalho para agilizar a liberação dos atuais processos e propor melhorias na sistemática vigente.
O impasse no pagamento dos leilões foi objeto de reunião realizada nesta terça-feira (13), no âmbito da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno do Ministério da Agricultura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O tema também já chegou ao conhecimento do presidente da Companhia Nacional de Abatecimento (Conab), Francisco Bezerra, com quem o deputado Jerônimo Goergen tem nova reunião marcada para a próxima semana.