Mapa confirma mudanças em testagem do Mormo
Fitas utilizadas no exame de western blotting foram validadas e laboratórios já podem analisar exames estocados, eliminando falsos positivos
mormo muda O coordenador institucional da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), foi recebido nesta quarta-feira (22) pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luís Eduardo Rangel. No encontro, o dirigente informou que as fitas utilizadas no teste sorológico de western blotting já foram validadas. Segundo Rangel, esta técnica tem um nível de precisão mais elevado que o da maleína e os exames estocados poderão revelar os falsos positivos, evitando sacrifícios desnecessários de cavalos. “O secretário nos informou que, num futuro próximo, será possível chegar num nível de precisão de 99%, através da análise molecular. Esse avanço é fundamental para que possamos conquistar um status sanitário adequado e tranquilizar os criadores, que hoje vivem um ambiente de muitas incertezas”, destacou o parlamentar.
Instrução Normativa
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) já finalizou a consulta pública que servirá de base para a edição de uma instrução normativa que vai estabelecer as diretrizes para a prevenção, controle e erradicação do mormo. Foram recebidas 192 contribuições durante os 30 dias de prazo aberto para o recebimento das sugestões. “Será montado um comitê de assessoramento que envolverá a área técnica do Mapa e representantes da sociedade civil. Isso será fundamental para eliminar os gargalos que existem nessa relação entre governo e criadores, como a constante reclamação da falta de informações precisas sobre a divulgação dos laudos e um cronograma preciso de desinterdição de uma propriedade com suspeita de mormo”, explicou. De acordo com a instrução normativa estudada pelo Mapa, diante de um caso de suspeita de mormo, o serviço veterinário oficial deverá realizar investigação clínica e epidemiológica do caso suspeito e demais equídeos do estabelecimento; definir as unidades epidemiológicas que serão objeto de medidas sanitárias; se necessário, determinar o isolamento dos casos suspeitos e a interdição das unidades epidemiológicas envolvidas até a conclusão das investigações e submeter os demais animais suspeitos a testes laboratoriais.
A doença
O mormo é uma doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria, que não tem vacina nem tratamento. Por isso, exige o sacrifício do animal. A doença é transmissível para seres humanos.
Rio Grande do Sul
Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) ampliou a validade dos exames de mormo de 60 para 180 dias no Rio Grande do Sul. O alongamento era uma reivindicação de criadores, que reclamavam das dificuldades para equinos participarem de competições e de feiras. Em 180 mil exames realizados durante um ano, desde o primeiro caso confirmado da doença, 62 deram positivo. O prazo maior da validade do teste, exigido para emissão das Guias de Trânsito Animal (GTAs), é retroativo a seis meses. Ou seja, o criador que fez o exame em janeiro deste ano, por exemplo poderá transportar o cavalo até julho. O exame custa cerca de R$ 200 por animal, incluindo o teste, a mão de obra e os demais custos.