Mudança no método de cálculo da TJLP deve encarecer os investimentos
Proposta em análise pelo governo pode acabar inviabilizando crédito para indústria
O presidente da Frente Parlamentar da Indústria de Máquinas e Equipamentos (FPMaq), deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), demonstrou preocupação nesta quinta-feira (16), com a disposição da equipe econômica do governo federal em promover alterações na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Na avaliação de Jerônimo, qualquer movimento político neste sentido pode acabar produzindo mais prejuízos para a indústria nacional. “O setor está buscando se recuperar de um longo período de queda nas vendas e na atividade industrial. Encarecer o financiamento pode acabar inviabilizando o crédito e, consequentemente, a retomada dos investimentos, da produção e do emprego”, argumentou o parlamentar.
O presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, declarou que o debate sobre a mudança de metodologia de cálculo da TJLP não poderia vir em pior hora. “O Brasil só volta a crescer através do investimento. E não será com aumento de custo que isso vai acontecer. Esse é um tema totalmente fora de hora”, criticou o dirigente. Velloso ressalta que, atualmente, o custo total de financiamento na compra de um bem de capital com recursos do BNDES (atreladas à TJLP) gira em torno de 15% ao ano, o que não se configura como taxa subsidiada. “A TJLP é a terceira maior taxa de juros do mundo. A maior de todas é a Selic”, acrescentou.
A TJLP foi criada em 1994, poucos meses após a edição do Plano Real, e trabalha atualmente com uma taxa de juros de 7,5% ao ano. A modificação em estudo pode elevá-la acima de 10% aa. A TJLP é considerada estratégica na política de crédito, uma vez que baliza os financiamentos do BNDES. O novo formato da TJLP deve ser encaminhado ao Congresso Nacional por meio de projeto de lei e pode não contar com subsídio do governo.