Temer manifesta inconformidade com juros reais no Brasil
Presidente da República cobrou equipe econômica e disse haver incoerência com as sucessivas reduções da Taxa Selic
Representantes da Frente Parlamentar da Indústria de Máquinas e Equipamentos (FPMaq) e da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) foram recebidos nesta quarta-feira (29) pelo ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy. No encontro, o segmento apresentou uma pauta de reivindicações com vistas à retomada do crescimento econômico, da geração de empregos e da atividade industrial. Um dos itens apresentados foi com relação à elevada carga tributária e os juros praticados no Brasil, líder mundial no ranking de juros reais. A crítica do segmento também é comungada pelo presidente da República, Michel Temer. Segundo Imbassahy, Temer classificou como incoerente o fato de não surtir efeito no mercado as sucessivas reduções da Taxa Selic. “Segundo o ministro Imbassahy, o presidente já cobrou a equipe econômica sobre essa situação”, relatou o presidente da FPMaq, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS).
Já o presidente da Abimaq reforçou algumas pautas prioritárias, como a contrariedade da entidade com qualquer proposta de mudança na estrutura da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Velloso levou ainda a posição sobre o Programa de Recuperação Tributária (PRT), que em sua avaliação não atende as empresas de pequeno e médio porte. O dirigente disse ainda que o Palácio do Planalto deve aproveitar o momento de reformas para promover amplas mudanças no sistema de impostos, diminuindo a complexidade, burocracia e promovendo justiça tributária. “Também falamos sobre as consequências de se acabar com a política de conteúdo local para a indústria de óleo e gás. Mostramos ao ministro que o governo precisa usar esses subsídios para transformá-los em emprego e renda no Brasil e não gerar postos fora do país”, destacou. Segundo Velloso, o fim do conteúdo local pode levar ao fechamento de até um milhão de empregos.
Velloso ainda defendeu a aprovação da Reforma Trabalhista como forma de reduzir a insegurança jurídica para os empregadores e fazer com que a simplificação dos procedimentos leve à geração de mais empregos. Por fim, o setor industrial mostrou contrariedade com a disposição do governo em acabar com a desoneração da folha de pagamentos. Segundo dados do setor, a crise econômica levou as empresas ao endividamento e o aumento do custo de produção não vai produzir o efeito desejado pelo governo, de elevar a arrecadação.