Consumidores pagarão mais por má gestão no setor elétrico
Com medo de impacto negativo nas urnas, governo decide adiar reajuste na conta de luz para 2015
O governo federal anunciou nesta quinta-feira (13) um pacote de R$ 12 bilhões para o socorro das empresas de distribuição de energia elétrica. A menor parte desse montante, de R$ 4 bilhões, virá dos cofres públicos. A diferença, de R$ 8 bilhões, será captada via financiamento bancário junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, as medidas servem para “equacionar a elevação temporária do custo de energia elétrica”. No entanto, a conta do empréstimo será repassada ao consumidor, que ganhará um reajuste na conta de luz.
O deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) considerou um desastre a decisão de repassar para os brasileiros a fatura pela má gestão do governo federal. “Eu não tenho dúvida que demonstra mais do que nunca a falta de planejamento do setor de geração de energia e combustíveis. E o risco é que tudo aquilo que se teve de perda de arrecadação seja simplesmente repassado ao consumidor. O governo já quebrou a Petrobras e agora o próximo alvo é a Eletrobras”, lamentou.
Jerônimo fez um apelo aos eleitores brasileiros, para que se lembrem disso nas eleições de outubro, ainda mais que o reajuste virá apenas em 2015, após a campanha. “Nem começou o horário eleitoral gratuito de rádio e TV e já temos a primeira promessa do projeto de reeleição de Dilma Rousseff. O aumento da conta de luz. O governo vem explorando uma falsa política de estabilidade que tenta segurar tudo em razão do processo eleitoral, mas que é muito perigoso para o futuro do Brasil”, disparou o parlamentar.
Entenda o problema
Com o consumo em alta e os reservatórios das hidrelétricas em níveis baixíssimos, as distribuidoras são forçadas a adquirir energia muito cara, das usinas térmicas, e vender mais barato. Jerônimo lembra que uma medida eleitoreira tomada pela presidente Dilma Rousseff reduziu a conta de luz em 2013 de maneira artificial e agora a população é chamada às pressas para devolver o desconto.