BNDES, Caixa e Incra doaram mais de R$ 1 milhão para marcha de sem terra, que acabou com 30 policiais feridos no Distrito Federal

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) se reuniu nesta terça-feira (25), em Brasília, e decidiu apoiar formalmente a proposta do deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), de ingressar com ação junto ao Ministério Público Federal (MPF), questionando o repasse de recursos públicos para o 6º Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). No encerramento do evento, realizado no dia 12 de fevereiro, cerca de 15 mil sem terra promoveram uma marcha pela Esplanada dos Ministérios, que terminou com 32 feridos, entre eles 30 policiais. Os manifestantes ainda ameaçaram invadir o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.

 

 

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          Reportagem publicada pelo jornal O Estado de São Paulo revelou que o evento contou com o patrocínio de dinheiro público. A Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fecharam contratos sem licitação no valor de R$ 200 mil e R$ 350 mil, respectivamente, com entidade ligada ao MST. Já o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) aplicou R$ 448,1 mil para a montagem de estrutura para um evento que ocorreu dentro do 6º Congresso do MST. “Queremos que o Ministério Público investigue a utilização de recursos públicos para uma finalidade que não vejo nenhum interesse para a sociedade brasileira. Está comprovado que o governo bancou a marcha do MST até Brasília. Mais de R$ 1 milhão estão carimbados, fora o que ainda está escondido”, disparou o parlamentar.

Além da ação junto ao MPF, a Frente Parlamentar da Agropecuária também apoiou a convocação do ministro Gilberto Carvalho, responsável pela articulação do Palácio do Planalto junto aos movimentos sociais. Jerônimo já protocolou ofício solicitando a realização de audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara para ouvir Carvalho e os presidentes do BNDES, Luciano Coutinho, e da Caixa, Jorge Hereda. Outras autoridades podem integrar o requerimento à medida que novas revelações sobre o patrocínio do governo ao MST forem aparecendo.