Trabalho de convencimento do governo federal junto a mercados internacionais deve minimizar prejuízos e restringir impacto a plantas investigadas

Os desdobramentos da operação Carne Fraca seguem avançando sobre os mercados consumidores internacionais. Diversos países, como Chile, Coréia do Sul, China e Rússia reagiram às denúncias divulgadas pela Polícia Federal na última semana. Nesta terça-feira (21), a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) se reuniu para avaliar as repercussões e o trabalho deflagrado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para isolar e restringir o problema às plantas industriais investigadas. Para o coordenador da Comissão de Direito de Propriedade da FPA, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), houve uma série de equívocos no processo de comunicação da operação, que levou pânico à população brasileira. “O que aconteceu é pontual, a gente lamenta, tem que punir, mas não traz nenhum problema ao comércio exterior e ao consumo interno da proteína animal”, destacou o parlamentar.

 

Diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado Rio Grande do Sul (SIPS), Rogério Kerber considerou como natural a reação dos países importadores na tomada de medidas restritivas. O dirigente vê como positivo o fato de não ter sido deflagrado o embargo internacional no comércio de carnes com o Brasil. “Estão fazendo, de forma cautelar, restrições a empresas e setores, que são temporárias. Na medida em que as autoridades brasileiras estão se propondo a alcançar informações, nossa expectativa é que esse quadro já começa a se reverter”, argumentou.

O diretor do SIPS reforçou que as irregularidades apontadas pela PF no setor de carnes e embutidos representa uma parte mínima da produção nacional. Segundo ele, as pessoas envolvidas no escândalo já foram identificadas e sumariamente afastadas de suas funções de fiscalização. Para Kerber, é uma questão de tempo para o Brasil recuperar a credibilidade no complexo carnes, o terceiro maior produto na pauta de exportações, atrás apenas de soja e minério de ferro. Em 2016, o Rio Grande do Sul respondeu por uma produção de 2,8 bilhões de quilos de carne, aí abrangendo aves, suínos, bovinos e bubalinos.

Contato: (61) 3215-5316 / (61) 9 9829-8689
apolos.paz@gmail.com