Aumento da criminalidade envolvendo o furto, roubo, receptação e contrabando de defensivos mobiliza indústria e autoridades da segurança pública
A escalada da criminalidade no campo vem provocando prejuízos milionários para o setor de defensivos agrícolas. Por se tratarem de produtos cotados em dólar e com alto valor comercial, os agroquímicos estão no radar de quadrilhas especializadas nessa prática criminosa. Por isso, o furto, o roubo, a receptação e o contrabando de defensivos será tema do “I Workshop Sobre Combate ao Mercado Ilegal – Agro”, a ser realizado na próxima quinta-feira (24), a partir das 9h, no auditório da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (Rua Voluntários da Pátria, 1358 – 2º andar).
Coordenador de químicos para o agronegócio da Frente Parlamentar da Química, o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) destaca que o problema é tão sério que o levou a apresentar o Projeto de Lei 2079/2015, que incluiu no rol dos crimes hediondos o roubo, furto, receptação e contrabando de agroquímicos. “Os dados são alarmantes. Uma em cada dez empresas que comercializam fertilizantes e defensivos no Brasil sofreu ao menos um roubo em 2016. Em alguns estados, como Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul, esse índice é ainda maior”, alertou. O parlamentar também é autor do PL 3325/2015, que veda o crédito agrícola para os condenados por crimes rurais, como abigeato e os delitos envolvendo defensivos.
Segundo levantamento da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), o prejuízo médio por empresa foi de R$ 793 mil, o que soma um total de R$ 455,18 milhões ou 1,9% do faturamento do setor, levando em conta 5.740 distribuidores. Se contabilizados os dados divulgados pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), as perdas com contrabando e falsificações soma prejuízos superiores a US$ 3 bilhões no ano passado.
Segundo Jerônimo, o problema é muito mais abrangente, uma vez que também atinge outros segmentos empresariais. “O transportador de defensivo é alvo das quadrilhas que roubam cargas, assim como os produtores rurais, que estocam esses produtos em suas propriedades e sofrem com assaltos”, destacou. Jerônimo disse ainda que se criou um mercado paralelo com a venda de produtos falsificados ou diluídos, que podem trazer sérios problemas para a saúde dos agricultores e consumidores, além de impactar o meio ambiente.
O “I Workshop Sobre Combate ao Mercado Ilegal – Agro” é uma realização de Sindiveg e Andav, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul.