Funcionária e alunos relataram atos de violência e intimidação na passagem da caravana de Lula por universidade gaúcha

O Ministério da Educação encaminhou um pedido formal de explicações à reitora do Instituto Federal Farroupilha (IFFar) de São Vicente do Sul, Carla Comerlato Jardim. No despacho, o órgão dá prazo de cinco dias para que a instituição de ensino responda às denúncias de violência e intimidação que teriam sido praticadas dentro do campus por apoiadores do ex-presidente Lula, por ocasião da passagem de sua caravana pelo Rio Grande do Sul. O pedido de informações cumpre a lei que rege os institutos federais e pode gerar um procedimento interno de investigação, levando a uma eventual responsabilização administrativa dos envolvidos.

Autor do pedido de investigação, o deputado Jerônimo Goergen (Progressistas-RS) se reuniu nesta quarta-feira (4) com Mendonça Filho para cobrar uma apuração rigorosa dos fatos. Segundo relato da assistente administrativa Cândida Maria Maciel dos Santos, postado em sua rede social, seguranças particulares da comitiva petista entraram armados no ato político realizado no dia 21 de março. A servidora do IFFar confirmou que alunos ficaram feridos na confusão e que armas foram apontadas para os estudantes. “São fatos gravíssimos narrados por quem trabalha e estuda lá dentro, pessoas que ficaram indignadas com o uso político de uma instituição”, destacou Jerônimo.

A servidora ainda relata que a entrada do IFFar São Vicente do Sul passou a ser controlada pela militância do PT, com a distribuição de adesivos do partido. Quem não tinha identificação partidária, foi impedido de ingressar nas dependências da universidade. “No momento em que o ex-presidente adentrou à escola, deixamos de ser uma instituição de ensino pública e passamos a ser um reduto do PT”, denunciou Cândida dos Santos.

Além do IFFar de São Vicente do Sul, outras universidades públicas foram utilizadas como palco político na conturbada passagem de Lula pelo Rio Grande do Sul. Destaque para os atos realizados na Universidade Federal do Pampa (Unipampa), em Bagé, e na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Jerônimo defende que o Ministério da Educação faça uma sindicância interna para apurar possíveis irregularidades na utilização das estruturas públicas de ensino como espaços de promoção de eventos partidários. “As universidades tem o papel de educar e não de servir como instrumento político”, finalizou Jerônimo.