Caixa e BNDES deram R$ 550 mil para movimento organizar marcha e provocar depredação em Brasília

Denúncia publicada nesta segunda-feira (24) pelo jornal O Estado de São Paulo revela que a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fecharam contratos sem licitação de R$ 200 mil e R$ 350 mil, respectivamente, com entidade ligada ao Movimento dos Sem Terra para a realização do 6.º Congresso Nacional do MST. Realizada no dia 12 de fevereiro, a marcha terminou em conflito com a Polícia Militar na Praça dos Três Poderes, deixando um saldo de 32 feridos, sendo 30 policiais. Houve, ainda, uma tentativa de invasão do Supremo Tribunal Federal. No dia seguinte, os manifestantes foram recebidos pela presidente Dilma Rousseff.

De acordo com o Estadão, o contrato de patrocínio da Caixa, no valor de R$ 200 mil, está publicado no Diário Oficial da União (DOU) de 3 de fevereiro de 2014. Foi firmado pela Gerência de Marketing de Brasília por meio de contratação direta, sem licitação. A oficialização do acordo do BNDES com a mesma entidade foi publicada três dias depois. O montante é de até R$ 350 mil. A contratação também ocorreu sem exigência de licitação e foi assinada pela chefia de gabinete da presidência do banco de fomento.

O presidente da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (CINDRA), deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), considerou a denúncia da mais alta gravidade. O parlamentar já formalizou ofício solicitando a convocação do ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. “Exigimos uma explicação para este absurdo. Dinheiro público sem licitação está irrigando o caixa de um movimento que atua à margem da lei, promove depredação e, com se não bastasse, recebe o afago da presidente Dilma Rousseff”, disparou o parlamentar.

No ofício encaminhado à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR), Jerônimo ainda pede a convocação dos presidentes do BNDES e da Caixa. A denúncia será objeto de discussão da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que se reúne nesta terça-feira (25), a partir das 12h, para traçar uma estratégia de reação sobre o caso.