Jerônimo Goergen (PP-RS) entende que relatório da Anvisa oferece garantias aos consumidores e que irregularidades devem ser coibidas com rigor

A série de reportagens publicadas pelos veículos da RBS, de que a CEASA vende alimentos com agrotóxico proibido, inadequado ou acima do permitido não pode servir para criminalizar o conjunto dos produtores rurais. Na avaliação do coordenador institucional da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), a segurança alimentar sempre será prioridade máxima e as eventuais irregularidades cometidas precisam ser coibidas com rigor. “A notícia vem com grande impacto. Agora, nós precisamos filtrar para ver o que tem de responsabilização, sem generalizarmos”, alertou o parlamentar.

Jerônimo usa o exemplo das irregularidades encontradas no setor leiteiro, que macularam profundamente a imagem do produto gaúcho, quando os bons produtores pagaram pelos maus. O deputado ressalta que os consumidores gaúchos e brasileiros não têm motivos entrar em pânico e lembra que o Programa de Análises de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), avaliou mais de 12 mil amostras de alimentos ao longo de três anos. O documento, que revela o risco dos resíduos para a saúde, mostrou que quase 99% das amostras analisadas pela Anvisa estão livres de resíduos de agrotóxicos que representam risco agudo para a saúde.

Jerônimo lembra que muito se evolui nos últimos anos, principalmente em relação às pequenas culturas, também chamadas pela denominação inglesa de Minor Crops. Essas hortaliças vinham enfrentando problemas burocráticos na comercialização pela falta de registros específicos de agroquímicos. No entanto, a Instrução Normativa Conjunta (INC) 01/2014 trouxe mais clareza ao processo, fazendo com que 900 produtos fossem registrados de lá para cá. Para Jerônimo, ao invés de promover uma caça às bruxas, o mais importante neste momento é fazer uma ampla campanha de conscientização entre os produtores. “Essa campanha é fundamental e cabe ao governo estadual, porque é uma estrutura do estado. E isso pode valer para todos os centros de abastecimento existentes no Brasil. E, principalmente, fazer uma filtragem na questão de quais defensivos podem ou não ser utilizados. Acho que tem muita coisa que ficou envelhecida enquanto decisão, que a Anvisa não tomou e gerou um problema como esse”, destacou Jerônimo.

O deputado acrescenta que a CEASA é uma instituição com alta credibilidade e tem todas as condições de conduzir um amplo programa de orientação, que chegue a todos os hortifrutigranjeiros. Segundo ele, o principal objetivo é levar boas práticas de manejo, informação sobre quais produtos estão disponíveis para cada cultura e a determinação de não comprar agroquímicos sem o devido receituário agronômico.